Depois de saber das notícias demorei propositadamente dois dias para acalmar os adjectivos às coisas barrando as emoções primárias à razão.
É por isso que declaro Portugal infecto. uma pústula que alastra sem parar, um abçesso purulento que ninguém se atreve a lançetar, um corpo disforme e sem memória, um mar morto e seco de sal, um cheiro nauseabundo que tresanda a micróbios escondidos no sítio que todos conhecemos e onde não temos coragem de burrifar Kriolina em quantidade, porque limpar a merda do nosso chão há-de ser sempre para outro. Sem pensarmos que o outro será muito provavelmente quem nos vai tirar a liberdade.
Mas, é verdade: está tôlo quem pensa que qualquer povo põe à frente da segurança qualquer outra coisa memo que seja a liberdade.
E, atenção, não é só cá. É em todo o Ocidente.
Desta vez José Sá Fernandes alvo de tentativa de corrupção foi condenado a pagar ao corruptor muito dinheiro ( eu sei que o acordão era uma das interpretações possíveis da Lei, mas também fiquei a saber porque é que os juízes são alegoricamente esculpidos com os olhos bem vendados),
E um banqueiro de nome Rendeiro abarbatou-se no ano em que levou à falência o seu próprio banco,com três milhões, propõe-se ajudar os depositantes roubados a pôr acções judiciais contra tudo que é público ( e eles aceitam e não o matam!), e resolve ele mesmo interpôr outra acção contra o seu próprio banco por o banco não ter pago os impostos do seu ordenado durante dez anos, ordenado que ele decidiu, e pagamentos do banco em que só ele mandava!
É nestas alturas que me apetece ser comunista - uma vez que não consigo ser louco.
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