( para obter a compreenção sobre o meu menor pessimismo por parte dos meus dois leitores e meio )
Todos os Cretenses são mentirosos, dizia Epiménides de Creta. Na epístola de S. Paulo a Tito, a parábola filosófica que evoca o círculo infernal da lógica, faz-se ainda mais dura: "Um deles, seu próprio Profeta disse: os Cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins,ventres preguiçosos".
O chamado Paradoxo de Epiménides encontra agora a sua aplicação na política. Porque todos soltam altos brados por os gregos terem mentido; porque também viviam acima dos seus meios; e ainda porque contraíram mais dívidas do que as que poderiam reembolsar.
Todavia a chancelerina Angela Merkel em campanha eleitoral para as eleições na Renânia-Vestefália do dia 9 de Maio ( a Presidência espanhola da U.E. já agendou uma reunião de primeiros-ministros para o dia 10....) também não é clara quanto à situação fiscal do seu próprio país. Nem qualquer dos outros estados-membro, tão pouco, sobretudo quando é necessário financiar esse nobre objectivo que tem por nome " coesão europeia ".
"Retire-se a uma sociedade normal a mentira vital, e é a ordem política que se lhe retira nesse mesmo instante", poderia dizer - parafraseando Ibsan.
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Ora sigam o meu raciocínio:
E se Portugal deixasse o Euro?
Esta questão já foi colocada aos gregos por deputados alemães, por isso é melhor pensarmos nela. Ou seja, um retorno ao escudo com uma forte desvalorização ( talvez uns quarenta por cento ) em relação ao Euro para permitir restaurar a nossa economia.
Em primeiro lugar este cenário não está previsto pelos tratados que enquadram a adesão à moeda única.
Em segundo lugar as nossas dificuldades não cessariam de piorar já que:
1. Com uma moeda 40% mais fraca, o nosso endividamento e os respectivos juros aumentariam instantâneamente nesses mesmos 40%.
2. O pagamento duma tal quantia tornar-se-ia insustentável.
3.Os aforradores levariam os seus euros para bancos estrangeiros.
4.Como consequência os bancos nacionais faliriam.
5. Sem dinheiro para investimento a economia ficava, por gerações, como Cuba, sem capacidade exportadora!
Mas então se a Alemanha se cansar e resolver voltar ela ao marco ?
1. Havia o mesmo problema legal com os tratados.
2.O marco alemão ficaria revalorizado uns 30% em releção aos restantes países da zona euro.
3. Países com forte capacidade industrial como a França,Bélgica,Holanda,Itália, Eslovénia ou Espanha prosperariam à custa de exportações fáceis, arrastando consigo outros menos industrializados.
4.A isto corresponderia uma diminuição acentuada das exportações alemãs, agora muito menos competitivas.
5.Com menos exportações ( a grande riqueza da Alemanha ) haveria de imediato um aumento do desemprego.
6.Este aumento iria onerar as despesas sociais por largos anos ao estado alemão.
7.Que teria de se socorrer de um brutal aumento da sua dívida pública e de congelamento de salários por largos anos.
8. Haveria um clima de pânico na banca e nos seguros porque desde a criação do euro que a Alemanha comprou ( graças aos excedentes das suas exportações ...) 600 mil milhões de activos estrangeiros em euros. Assim, com uma desvalorização de trinta por cento do euro face ao marco, os alemães estavam a criar perdas de 200 mil melhões de euros ( um terço dos 600 mil milhões ) para si mesmos!
Pois bem: agora, se agir depressa a Alemanha com o apoio da eurolândia salva a Grécia com 30 ou quarenta mil milhões de euros.
Mas se não fizer isso pode perder seis a sete vezes mais. Penso que é isto que a senhora Merkl tem de explicar aos alemães - e vai explicar a partir do dia 10 que aí vem!
Dou de barato que é mesmo o euro que está sob ataque e que como em 1993 uma tática de desgaste da libra ao longo de meses - como o próprio descreveu num livro - Geoge Soros e mais uns ( poucos ) especuladores desfizeram a aquela moeda e tiveram ganhos descomunais, também agora um país sòzinho não lhes vai resistir porque como o Financial Times explicava em Fevereiro estavam nesse mês a começar a libertarem-se biliões de dólares de headg founds que transitariam para a especulação sobre uma moeda, provavelmente o Euro: como se vê acertou.
Pior questão é saber:
1. Se as tentativas de alguns economistas de criarem um super-euro para os países do norte e um sub-euro para os países latinos - a que até já deram nomes : neuros e sudos - tem pernas para nos ser imposto.
2. Quanto tempo demorará uma mínima recuperação da economia dos países do sul com estagnação de tudo: salários, desemprego e dívida.
E já agora que estou com a mão na massa: DELENDA MADEIRA E CHINA EST ( é preciso destruir a Madeira e a China) !!!!
E já agora que estou com a mão na massa: DELENDA MADEIRA E CHINA EST ( é preciso destruir a Madeira e a China) !!!!
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