"Quando eu vejo, eu esqueço.
Quando eu escuto, eu recordo.
Quando eu faço, eu compreendo."
( provérbio chinês)
Vou continuar a falar do amor, mas com uma derivação para a actividade coaching , como estava prometido.( então pensavas que te vias livre de mim ò "coaxineira" minha amiga Elisete?. E tu, também, minha filhota Sónia? ).
Quando um marido entra em sua casa e a sua mulher - que está a fazer o jantar com o avental posto e assim - ouve o ruído da chave dele a entrar na fechadura da porta e sofre, por causa disso, um enorme sobressalto pensando para com ela :" com que será que ele vai pegar comigo hoje?" enquanto sente a boca subitamente seca, o coração acelerado, uma incapacidade para ordenar as ideias, ou um trémulo que a faz deixar cair ao chão o molho de espinafres, esta mulher tem medo. Tem medo do seu marido!
Quando eu vejo num casal que um dos conjuges , geralmente a mulher, tem medo ( sobretudo quando é um medo difuso, de fazer e não fazer, de vestir e não vestir aquela roupa, de falar ou ficar calada..., mais até que do medo de violência física - eu fico a saber que o casamento vai mal ).
Da mesma maneira quando num casal os conjuges competem entre si para se mostrarem ( muitas vezes a terceiros, a começar nos filhos! ) superiores um ao outro, na inteligência, na capacidade de decisão ( a que eles chamam logo " força de vontade" ) na capacidade profissional, no esforço de ganhar dinheiro, ou na rapidez de subida dos degraus da carreira profissional, por exemplo, eu também sei que o casamento está mal porque a competição em casa destroi, embora fora de casa possa ser muito útil.
E, quando numa mesma família/casal, eu observo que há medo e competição intra-conjuges , dado que nenhum amor ( ou amizade - aquilo a que, com o tempo, dá origem a paixão dos inícios dos casamentos ), eu fico a saber que aquele casamento acabou : acabou de facto, embora de jure possa perdurar até à morte de um deles; e vai terminar inexoravelmente em divórcio se houver condições materiais para isso.
É que, repito, nenhum casamento resiste ao medo mais à competição invejosa ( rivalidade ) entre os conjuges.
Mas afinal o que é o medo?
Num longo estudo que fiz em 1987, determinei os três sentimentos/emoções com que todos nascemos : a afeição amorosa, a cólera e o medo. Como é óbvio, cada um destes sentimentos dará origem a muitos mais "galhos" sentimentais" como uma árvore que cresce com galhos que se multiplicam em outros galhitos diferentes e assim, para o bem ou para o mal.
O medo representa a reação da pessoa a algo ameaçador que ela julga não poder dominar. Frequentemente o medo impõe o evitamento a numerosas situações: ir ao médico,sair à rua,estar com pessoas,etc, o que tende a promover o isolamento relacional.
No meu estudo concluí que os estímulos verbais que sugerem MEDO, pertencem a cinco categorias de sentimentos:
O Temor que é a raíz dos sentimentos de ansiedade,preocupação e solidão.
A Dúvida que origina os sentimentos de fracasso,insegurança e indecisão.
A Tristeza que se complexifica em sentimentos de depressão, desânio e infelicidade.
A Dor de que se suportam o terror, a mágoa e o desconforto.
A Fuga que é o tronco que dá os galhos sentimentais da desistencia, do esquecimento ou do evitamento.
E, cada um destes quinze sentimentos vai originar novos sentimentos, numa espiral que tem a extensão do léxico e da semântica dos sentimentos....
Por isso, quando quero actuar psicagogicamente ( psicoterapeuticamente ) em alguém devo "trabalhar" a sua maneira de verbalizar os sentimentos e as emoções quer no plano da comunicação verbal quer na gestual e mímica. E o que é bom para as relações intra-familiarese também bom para as redes de colegas nas empresas....
A Dúvida que origina os sentimentos de fracasso,insegurança e indecisão.
A Tristeza que se complexifica em sentimentos de depressão, desânio e infelicidade.
A Dor de que se suportam o terror, a mágoa e o desconforto.
A Fuga que é o tronco que dá os galhos sentimentais da desistencia, do esquecimento ou do evitamento.
E, cada um destes quinze sentimentos vai originar novos sentimentos, numa espiral que tem a extensão do léxico e da semântica dos sentimentos....
Por isso, quando quero actuar psicagogicamente ( psicoterapeuticamente ) em alguém devo "trabalhar" a sua maneira de verbalizar os sentimentos e as emoções quer no plano da comunicação verbal quer na gestual e mímica. E o que é bom para as relações intra-familiarese também bom para as redes de colegas nas empresas....
A CÓLERA, outro sentimento básico, tenderá a produzir mais sentimentos a si aparentados que aparentados aos ao MEDO, sempre que as experiências obstaculizantes do desejo do bebé ocorram com este ( mais tarde com a criança e o adulto) a viver experiências em que se ache mais forte que o outro que lhe opõe obstáculos, e por isso possa exibir o colorido sentimental da cólera. Caso contrário, quando o bebé ( o ser humano), sente que é mais fraco que o ser que se lhe opõe, sobreleva e aprende a comunicar frequentemente através do medo.
Deixemos por agora a Afeição Amorosa e a Cólera para deambularmos um pouco mais sobre o Medo - uma vez que , se em casa ,afastarmos a maioria de situações que gerem cólera ou medo o que resta é a afeição e sentimentos seus derivados que restam em campo, em casa como na empresa: prazer, idoneidade,amor,felicidade,esperança... e todos os outros que se originam destes.
Se o Medo é um dos três sentimentos básicos ( com que nascemos ) provavelmente é boa coisa. E é!
Em meados do século passado extinguiu-se na Austrália um pequeno pássaro chamado Dó-Dó da Austrália ; tratava-se duma espécie autóctene, que antes da chegada dos Europeus nunca tivera predadores. E com a chegada dos primeiros colonos que traziam aves, para estes pássaros, predadores, acontecia que os pássaros predadores se aproximavam àvontade dos Dós-Dós que assim eram calmamente comidos. Até se extinguirem. O que ocorreu, porque aqueles pássaros australianos não sentiam medo de outros pássaros que não conheciam....
Do mesmo modo, se eu não souber que os carros que passam na rua matam quando nos atropelam, posso atrever-me a atravessar as ruas sem olhar para os lados... porque não sabendo não tenho medo....
Assim sendo, o medo é um sintoma de perigo que é útil para a preservação da espécie. Mas só desde que nos não tolha as decisões, não obstaculize a reacção, nos não impeça a iniciativa!
Ora, sendo uma empresa a muitos e bons títulos um segundo lar, podemos extrapolar certas questões: primeiro, relações profissionais entre pares que assentem na competição ( invejosa ) em vez de cooperação são uma auto-estrada para o desastre; do mesmo modo, uma relação de medo ( de retaliação de colegas, de medo de despedimento, de tomar iniciativas, e.t.c., mata a empresa. E mata hodiernamente a empresa ( ao contrário do que acontecia no passado, porque hoje, ao contrário do passado, nenhuma empresa que não inove, desenvolva novos produtos e novas condições de produtividade, nem à segunda geração chega.
( no primeiro "post" sobre "o que é e como é o amor" eu dividi as pessoas no que toca à economia,, à conduta e à ética. E, em relação à ética referi que as pessoas podem ser ajuizativas ou compreensivas, sendo que só as últimas se relacionam com as conservadoras de afectos (na economia ) e com as que transformam a relação numa tentativa permanente de paz (na conduta ).
( Ora, o que é verdade em casa, é-o na empresa.). ( sendo que directores ou trabalhadores com relações geralmente ajuízativas fomentam o medo, e coarctam a criatividade e a investigação - sem as quais ,hoje, as empresas têm os dias contados ).
( no primeiro "post" sobre "o que é e como é o amor" eu dividi as pessoas no que toca à economia,, à conduta e à ética. E, em relação à ética referi que as pessoas podem ser ajuizativas ou compreensivas, sendo que só as últimas se relacionam com as conservadoras de afectos (na economia ) e com as que transformam a relação numa tentativa permanente de paz (na conduta ).
( Ora, o que é verdade em casa, é-o na empresa.). ( sendo que directores ou trabalhadores com relações geralmente ajuízativas fomentam o medo, e coarctam a criatividade e a investigação - sem as quais ,hoje, as empresas têm os dias contados ).
Dois exemplos : No Japão, a TOYOTA no período de expansão do país, distribuía postos postais para recolha de opiniões dos trabalhadores para aumentar a produtividade, o que se podia fazer anonimemente ou não; eram geralmente sugestões sobre ergonomia dos postos de trabalhado mas podiam ser sobre tudo.
Já em Portugal, a BIAL,que comercializa um medicamento que descobriu, decidiu afectar as mais-valias da primeira descoberta na investigação de novos fármacos, com isto diminuindo o medo dos trabalhadores de a médio prazo ficarem desempregados.
É assim que as acções que promovam numa empresa menos medo ( como novos investimentos permanentes enquanto os produtos antigos são vendidos em ritmo de cruzeiro , ou aqueles que ensinam a alfebatização dos afectos e a maneira de lidar com eles ) são a única saída para a economia do futuro mas também para vivermos com humanidade - fomentando indirectamente o exercício ( e.g. no casamento ) da afeição amorosa.
( mas ao amor voltarei para cansaço dos meus dois leitores e meio ).
Há ainda uma questão interessante que se prende com o que fica dito : a ética no trabalho.
Se repararmos bem é nos países do Norte da Europa que a economia vai melhor e os trabalhadores também. Isto tem que ver com dois factos .
Primeiro: a religião prevalente e os respectivos valores morais são os protestantes, para os quais a riqueza é "sinal de salvação" , ao contrário dos países do sul onde o catolicismo manda que "dos pobres será o reino dos céus".
Por outro lado, os países do norte foram muito influenciados pela obra de Kant e a sua noção do Dever. Para Kant nós não podemos pedir bons sentimentos ( os sentimentos como o amor ou o ódio limitam-se a brotar, como o sentimento da Fé - ou brotam ou não, mas não se inventam ). Por isso, eticamente, se nós não podemos pedir bons sentimentos, podemos exigir o Dever do cumprimento de acções . Por exemplo, não interessa se a minha enfermeira é muito simpatica para mim quando estou internado no hospital, mas sim que ela faça tudo bem às horas certas!.Por isso é que não gostando da "frieza nórdica "dizemos que fomos muito bem tratados quando lá fomos internados.
Ora no trabalho as coisas são semelhantes. Enquanto os latinos são como sabemos, os nórdicos cumprem os horários, e entendem Dever colaborar quer com a empresa quer com os colegas.
É que à ÉTICA do trabalho dos nórdicos opõem os latinos a cultura do consumo : do consumo das horas, dos afectos dos outros (sugando-os), da "ração" do trabalho que seria nosso e passamos ao colega, e até do consumo dos objectos físicos mais prosaicos (e.g., fui médico do trabalho duma grande fábrica , a Duarte Ferreira, onde a Administração mandou cortar com o papel higiénico, sim esse mesmo!, porque os trabalhadores o usavam para entupir as sanitas,ou o roubavam simplesmente!).
Tudo isto é imoral, mas mais do que isso: não é ético. E não caberia na cabeça dos trabalhadores dos países do norte da europa não lutar para corrigir uma situação destas, independentemente de gostarem muito ou pouco da empresa, dos patrões, ou dos colegas.
Há ainda uma questão interessante que se prende com o que fica dito : a ética no trabalho.
Se repararmos bem é nos países do Norte da Europa que a economia vai melhor e os trabalhadores também. Isto tem que ver com dois factos .
Primeiro: a religião prevalente e os respectivos valores morais são os protestantes, para os quais a riqueza é "sinal de salvação" , ao contrário dos países do sul onde o catolicismo manda que "dos pobres será o reino dos céus".
Por outro lado, os países do norte foram muito influenciados pela obra de Kant e a sua noção do Dever. Para Kant nós não podemos pedir bons sentimentos ( os sentimentos como o amor ou o ódio limitam-se a brotar, como o sentimento da Fé - ou brotam ou não, mas não se inventam ). Por isso, eticamente, se nós não podemos pedir bons sentimentos, podemos exigir o Dever do cumprimento de acções . Por exemplo, não interessa se a minha enfermeira é muito simpatica para mim quando estou internado no hospital, mas sim que ela faça tudo bem às horas certas!.Por isso é que não gostando da "frieza nórdica "dizemos que fomos muito bem tratados quando lá fomos internados.
Ora no trabalho as coisas são semelhantes. Enquanto os latinos são como sabemos, os nórdicos cumprem os horários, e entendem Dever colaborar quer com a empresa quer com os colegas.
É que à ÉTICA do trabalho dos nórdicos opõem os latinos a cultura do consumo : do consumo das horas, dos afectos dos outros (sugando-os), da "ração" do trabalho que seria nosso e passamos ao colega, e até do consumo dos objectos físicos mais prosaicos (e.g., fui médico do trabalho duma grande fábrica , a Duarte Ferreira, onde a Administração mandou cortar com o papel higiénico, sim esse mesmo!, porque os trabalhadores o usavam para entupir as sanitas,ou o roubavam simplesmente!).
Tudo isto é imoral, mas mais do que isso: não é ético. E não caberia na cabeça dos trabalhadores dos países do norte da europa não lutar para corrigir uma situação destas, independentemente de gostarem muito ou pouco da empresa, dos patrões, ou dos colegas.
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