Caminho livre para a taxa Tobin
10 outubro 2012
"Taxa Tobin em onze Estados", anuncia o Luxemburger Wort. Ao fim de longos meses de discussões, a Áustria, a Bélgica, a Eslováquia, a Eslovénia, a Espanha, a Estónia, a Grécia, a Itália e Portugal juntaram-se à Alemanha e à França no que se refere ao projeto de tributar as transações financeiras nos mercados da UE. "O Luxemburgo mantém-se à margem", precisa este diário, tal como a Holanda, a Suécia e o Reino Unido, os principais opositores a tal medida. "Os onze Estados declararam-se dispostos a agir no quadro de uma 'cooperação reforçada' no interior da UE", acrescenta o jornal. Cabe agora à Comissão Europeia elaborar um texto de lei.
O Tageszeitung saúda a introdução desta taxa, proposta há 40 anos pelo economista James Tobin:
O Tageszeitung saúda a introdução desta taxa, proposta há 40 anos pelo economista James Tobin:
A disputa sobre a taxa sobre as transações financeiras dura há tanto tempo que, por vezes, é difícil ter presente o histórico de progressos e revezes. Mas o recente acordo entre onze Estados europeus que querem agora introduzir o imposto constitui realmente um passo em frente. […] Foram muitos os que contribuíram para este sucesso: e, em primeiro lugar, os grupos da sociedade civil que desenvolveram a taxa e que, desde há anos, exercem pressão para que esta seja introduzida. […] Infelizmente, a pressão da sociedade só raramente se impõe face ao lóbi das finanças. É precisamente neste aspeto que o exemplo da taxa sobre as transações financeiras dá coragem.No entanto, adverte o chefe de redação do Standaard, Guy Tegenbos, a taxa não será o "imposto à Robin dos Bosques" imaginado por Tobin. Em especial porque ainda se ignora quem será alvo de cobrança e para que servirá o dinheiro coletado:
Não há certezas sobre aquilo a que se assemelhará mas é praticamente certo que esta taxa não corresponderá àquilo que Tobin tinha inicialmente em mente: [o combate contra] a pura especulação financeira, porque é quase impossível pôr-lhe fim. […] Alguns países não participarão, o que permitirá que os grandes atores dos mercados contornem a taxa. E as receitas? Servirão objetivos nobres? Pois bem, taparão os buracos de tesouraria. É igualmente nobre mas não se trata do ideal inspirador, inicialmente imaginado.
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