segunda-feira, 2 de abril de 2012

MAIS UM PASSO PARA A CONVERTIBILIDADE DO YUAN E A MARGINALIZAÇÃO DO DÓLAR

A China abriu uma nova etapa nas reformas capitalistas iniciadas por Deng Xioaping no final dos anos 1970, depois do fim da era maoista. O Conselho de Estado (conselho de ministros) em Pequim anunciou, na semana que findou, um programa piloto que permitirá a financeiros privados criarem entidades para emprestar a PME.
O local escolhido para a “experiência piloto” – o método usado desde o início das reformas de Deng, antes da generalização de reformas a todo o país – foi Wenzhou, na província costeira de Zhejiang, a cidade conhecida pelo seu pioneirismo na iniciativa privada na era pós-maoista.
Com os rumores de “golpe de estado” tentado por parte de uma fação (alegadamente revivalista da Revolução Cultural) a campearem pelas redes sociais chinesas, esta notícia quase passou despercebida.
Finança ao sol
O governo chinês “legaliza” uma atividade financeira privada que tem estado “submersa”. Segundo Gu Shengzu, professor de Economia na Universidade de Wuhan, citado pela revista privada independente Caixin, “um dos pontos da agenda da reunião [do Conselho de Estado] foi a necessidade de trazer os desenvolvimentos da finança privada para o sol e de levá-la a atuar de um modo racional”.
Na realidade, em virtude da criação de uma classe rica na China, com liquidez financeira, floresceu um sector informal de financiamento a empresários e empresas, em virtude do aperto no crédito por parte dos bancos (públicos) e do “filtro” criado pelos critérios políticos de estratégia das diversas cidades e províncias, ou mesmo definidos a nível central. O professor de Wuhan, citado pela Caixin, sublinha a importância de colocar ordem nesta finança paralela em virtude dos riscos potenciais que gera. Nada como legalizá-la.
O programa piloto permite, ainda, que os residentes na cidade possam investir diretamente em instituições financeiras no estrangeiro.
Cidade pioneira
Wenzhou é conhecida como cidade pioneira do capitalismo privado contemporâneo e um antigo porto de comércio internacional. Tem 240 mil empresários em nome individual, 130 mil empresas privadas e 180 grupos económicos privados.
Ali foi criada uma das três companhias aéreas privadas da China, a Juneyao Airlines, que opera a partir dos dois aeroportos de Xangai (Pudong e Hongqiao) voos domésticos com 24 Airbus (estando encomendados mais 6).

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