Em suma, valores mais altos do que o “Buba” se levantam. O medo a uma recaída na recessão na Europa e nos EUA com o agravamento de conflitos sociais e políticos graves nas “periferias” da zona euro (como a eventual caída dos governos em Atenas e Roma como prato forte) e um disparo da instabilidade política em Washington, mais grave do que o que ocorreu em agosto do ano passado, com a agravante de haver eleições presidenciais em novembro.
O cenário tem sido referido pelo Fundo Monetário Internacional, pelo BCE e pela Reserva Federal norte-americana. É a “incerteza” mais arriscada que têm em cima da mesa. O que os move é o temor de que o segundo semestre se transforme num calvário com a convergência de um agravamento da crise das dívidas soberanas na zona euro (com Espanha e Itália em foco e um falhanço da renegociação na Grécia) com um súbito descalabro orçamental nos Estados Unidos em período de eleições presidenciais (“penhasco orçamental” e regresso da guerra em torno do teto da dívida federal).
Neste contexto, a reunião do conselho de governadores do BCE na quinta-feira surge como crucial, mais do que a própria reunião da Reserva Federal (Fed) dia 1 de agosto. Os analistas norte-americanos consideram que a reunião da Fed será apenas uma preparação do encontro de reflexão de Jackson Hole a 31 de agosto e que as decisões críticas sejam só tomadas na reunião da Fed de 13 de setembro, em que haverá uma conferência de imprensa.
O medo de que algo descarrile no segundo semestre levou hoje a agência chinesa Xinhua a citar o presidente Hu Jintao de que serão incrementadas medidas de política orçamental e monetária.
Setembro é um mês de confluência de muitas decisões para a zona euro. O Tribunal Constitucional federal alemão divulgará o acórdão sobre o Mecanismo de Estabilidade Europeia que deveria ter entrado em vigor em 9 de julho. Ocorrerão dia 12 eleições legislativas na Holanda, que poderão modificar os equilíbrios políticos na zona euro. A troika publicará o seu relatório sobre a situação na Grécia falando-se já da preparação de uma segunda reestruturação de dívida, desta vez negociada com os credores públicos, que poderá implicar um hair cut (“corte de cabelo”) no valor da dívida detida pelo “sector oficial” entre 30% a 50%, segundo cálculos da Reuters e da ING respetivamente. Entretanto na Catalunha, cuja Generalitat é governada por Artur Mas do CiU, poderá ser desencadeada uma consulta popular (tecnicamente não poderá ser um referendo) sobre o pacto fiscal com Madrid, criando um efeito dominó a partir de uma das maiores Comunidades Autónomas contra os planos de Mariano Rajoy e de Bruxelas.
Fuga de capitais começa a ser alarmante
A Nomura referiu que, a continuar a fuga de capitais dos mercados “periféricos”, poderá correr-se o risco de uma imposição de um “corralito” ao estilo argentino (impedindo a saída de capitais) e de uma súbita reintrodução de moedas próprias em vários “periféricos” da zona euro (com o novo dracma a desvalorizar-se 57,6%, o novo escudo 47,2%, a nova peseta 35,5% e a nova lira 27,3%). Segundo o jornal grego “Kathimerini” na sua edição de hoje, o ministro das Finanças do governo de Atenas teria dito aos partidos que apoiam a coligação que “ou tomamos medidas ou regressamos ao dracma no prazo de dois meses”.
Segundo o relatório do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) divulgado recentemente, e referido na edição do Expresso de sábado passado, os bancos dos 24 países que reportam para o BIS reduziram a sua exposição à dívida pública europeia em 13,2%. No caso da Grécia, a saída atingiu 58,9% no 1º trimestre em variação homóloga, 35,8% para a Estónia, 34,4% para Portugal, 32,9% para Chipre, 30% para Espanha, 28,8% para Itália e 26,3% para Irlanda. Sintoma desta fuga dos”periféricos” é a corrida dos bancos internacionais aos títulos soberanos considerados refúgio seguro, que tem levado as yields desses títulos no mercado secundário a valores negativos ou próximos de zero nos prazos mais curtos, como têm sido os casos da Suíça, Alemanha, EUA e França.
O cenário tem sido referido pelo Fundo Monetário Internacional, pelo BCE e pela Reserva Federal norte-americana. É a “incerteza” mais arriscada que têm em cima da mesa. O que os move é o temor de que o segundo semestre se transforme num calvário com a convergência de um agravamento da crise das dívidas soberanas na zona euro (com Espanha e Itália em foco e um falhanço da renegociação na Grécia) com um súbito descalabro orçamental nos Estados Unidos em período de eleições presidenciais (“penhasco orçamental” e regresso da guerra em torno do teto da dívida federal).
Neste contexto, a reunião do conselho de governadores do BCE na quinta-feira surge como crucial, mais do que a própria reunião da Reserva Federal (Fed) dia 1 de agosto. Os analistas norte-americanos consideram que a reunião da Fed será apenas uma preparação do encontro de reflexão de Jackson Hole a 31 de agosto e que as decisões críticas sejam só tomadas na reunião da Fed de 13 de setembro, em que haverá uma conferência de imprensa.
O medo de que algo descarrile no segundo semestre levou hoje a agência chinesa Xinhua a citar o presidente Hu Jintao de que serão incrementadas medidas de política orçamental e monetária.
Setembro é um mês de confluência de muitas decisões para a zona euro. O Tribunal Constitucional federal alemão divulgará o acórdão sobre o Mecanismo de Estabilidade Europeia que deveria ter entrado em vigor em 9 de julho. Ocorrerão dia 12 eleições legislativas na Holanda, que poderão modificar os equilíbrios políticos na zona euro. A troika publicará o seu relatório sobre a situação na Grécia falando-se já da preparação de uma segunda reestruturação de dívida, desta vez negociada com os credores públicos, que poderá implicar um hair cut (“corte de cabelo”) no valor da dívida detida pelo “sector oficial” entre 30% a 50%, segundo cálculos da Reuters e da ING respetivamente. Entretanto na Catalunha, cuja Generalitat é governada por Artur Mas do CiU, poderá ser desencadeada uma consulta popular (tecnicamente não poderá ser um referendo) sobre o pacto fiscal com Madrid, criando um efeito dominó a partir de uma das maiores Comunidades Autónomas contra os planos de Mariano Rajoy e de Bruxelas.
Fuga de capitais começa a ser alarmante
A Nomura referiu que, a continuar a fuga de capitais dos mercados “periféricos”, poderá correr-se o risco de uma imposição de um “corralito” ao estilo argentino (impedindo a saída de capitais) e de uma súbita reintrodução de moedas próprias em vários “periféricos” da zona euro (com o novo dracma a desvalorizar-se 57,6%, o novo escudo 47,2%, a nova peseta 35,5% e a nova lira 27,3%). Segundo o jornal grego “Kathimerini” na sua edição de hoje, o ministro das Finanças do governo de Atenas teria dito aos partidos que apoiam a coligação que “ou tomamos medidas ou regressamos ao dracma no prazo de dois meses”.
Segundo o relatório do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) divulgado recentemente, e referido na edição do Expresso de sábado passado, os bancos dos 24 países que reportam para o BIS reduziram a sua exposição à dívida pública europeia em 13,2%. No caso da Grécia, a saída atingiu 58,9% no 1º trimestre em variação homóloga, 35,8% para a Estónia, 34,4% para Portugal, 32,9% para Chipre, 30% para Espanha, 28,8% para Itália e 26,3% para Irlanda. Sintoma desta fuga dos”periféricos” é a corrida dos bancos internacionais aos títulos soberanos considerados refúgio seguro, que tem levado as yields desses títulos no mercado secundário a valores negativos ou próximos de zero nos prazos mais curtos, como têm sido os casos da Suíça, Alemanha, EUA e França.
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