A palavra aos leitores
Comentário de Fernando Romano a este post;
- ‘O crime que cometeram foi de dimensão gigantesca. Eles sabem-no melhor que ninguém. Não se trata de um crime vulgar, foi um crime contra um povo, uma pátria, uma nação. Tudo farão para o encobrir, para o apagar.
As próximas eleições autárquicas e presidenciais, quer muitos queiram ou não, vão avivar a história desse crime. Tudo fazem para enfermar os meios de comunicação em relação a Sócrates e à história recente. Eles julgam que o vão conseguir e para conseguir uma coisa dessas é preciso dar o comando a um sacana sem escrúpulos, a Miguel Relvas, para fazer todo o trabalho sujo. E ele está a fazê-lo.
José Sócrates surpreendeu tudo e todos, a mim mesmo me surpreendeu ao observar a sua atitude na ação, a sua ambição de provar que Portugal conseguiria o que lhe foi sempre negado por elites cheias de teias de aranha na cornadura e pulgas e percevejos nas suas roupagens. José Sócrates personificou na política portuguesa um Iluminista avançado dos nossos tempos, pela sua coragem em provar que o povo, finalmente, tinha o papel relevantíssimo na projeção do nosso País. Lembremo-nos que derrotou quase meia dúzia de líderes do PSD: Santana, Marques Mendes, LFMenezes, MFLeite; lembremo-nos que a 15 dias do 5 de Junho 2011 ainda liderava nas sondagens. Parte do povo alterou o seu sentido de voto, na minha opinião, pela eficaz mensagem dos partidos da actual coligação de que não estabeleceriam nenhum entendimento governativo com ele, e o povo queria, naturalmente, um governo. PCP e BE deram vida a este golpe lesa-pátria. José Sócrates, sem ser um revolucionário, nunca escondeu que o que estava a tentar fazer ia contra a reacionária e ultramontana ortodoxia lusitana tradicional, nos debates parlamentares tratava-os como tal, desmascarava-lhes as intenções, gritava-lhes bem alto que só pensavam no "pote", enfrentou-os corajosamente ponto por ponto, ganhou respeitabilidade internacional, especialmente na União Europeia, onde era admirado e apoiado. Nenhum político nos últimos 38 anos obteve tanto sucesso nas movimentações políticas internacionais.
Os partidos reacionários à sua esquerda e direita só tiveram que se unir contra ele, como lobos famintos. Objetivamente, no concreto, as políticas de José Sócrates eram populares, progressistas, nalguns casos, por se tratar do nosso País, eram revolucionárias: afinal o povo existia, os seus filhos eram os melhores nas universidades, os trabalhadores portugueses não era bons só no estrangeiro, jovens empresários saídos das universidades criavam centenas de novas empresas que produziam bens transacionáveis de elevado valor acrescentado. O crescimento das exportações disparava. Os diplomados eram aos milhares. O Conhecimento como que se universalizava a um ritmo surpreendente.
O PCP não suportou conviver com um Primeiro Ministro de esquerda com esta ambição e convicção. Acabava-se a agitação e propaganda idealista e radicalista. As suas células e comités na administração pública em geral corriam o risco de passarem a memórias de um PREC pós Abril todo ele com uma dinâmica de golpe contra a democracia. O mesmo que faz agora.
Era preciso enxovalhar o homem, esmagar-lhe o caráter. Foi no que melhor se entenderam a direita e este PCP reacionário e social-fascista. O BE é uma matilha para atiçar quando precisam, tanto o PCP como esta direita.’
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