Islândia
Duas vezes não e o regresso à razão
11 abril 2011
Este resultado "não ameaça a estabilidade" do país, garante o diário Morgunbladid, citando o representante do FMI em Reiquiavique: "O Icesave nunca fez parte do programa do FMI" de ajuda à Islândia. Em novembro de 2008, em plena crise financeira, o Fundo Monetário Internacional concedeu à Islândia um empréstimo de mais de dois mil milhões de dólares, cujo pagamento deverá terminar durante o verão.
Esta dupla rejeição segue-se à queda do Governo islandês em janeiro de 2009, na sequência de manifestações de cidadãos que tinham perdido as suas economias ou o seu emprego. "Até agora, a Islândia era um país mais ou menos desconhecido do grande público. Agora, diz-se que a rebelião ‘da rua’ fez cair o seu Governo e poderá ser um exemplo para outros países grandes e corruptos", comentou o escritor islandês Guderburg Bergsson, em El País. "Agora, o dinheiro ocupou o lugar das ideologias. A ‘rua’ perdeu o seu dinheiro, com o qual queria comprar qualquer coisa semelhante ao sonho americano, e, portanto, rebela-se violentamente."
"Não houve nenhuma catástrofe na Islândia. Apenas se pôs travão à megalomania nacional, resultante do isolamento", conclui o escritor, para o qual a consequência desta crise é o país ter "recuperado a razão. Os países nunca recuperam a razão sem serem obrigados a isso".
Sem comentários:
Enviar um comentário